Professores avaliam produção coletiva dos cadernos pedagógicos

SUBURBIO II 04
Na regional do Subúrbio II, as crianças fizeram uma apresentação especial para os educadores

Em nove meses de trabalho, tal qual uma gestação, os educadores da rede municipal de Salvador analisaram juntos quase 200 sequências didáticas para os cadernos pedagógicos de Língua Portuguesa e Matemática. Com a conclusão dos materiais destinados a alunos do 1o ao 5o ano do Ensino Fundamental I, o encontro de junho dos Grupos de Trabalho Regionais (GTRs) do Nossa Rede trouxe um apanhado da produção realizada e propôs uma avaliação de todo este percurso.

Nas reuniões que aconteceram em todas as dez regionais de ensino da cidade (Itapuã, Cabula, Subúrbio I, Cajazeiras, Cidade Baixa e Liberdade, Pirajá, Orla, São Caetano, Centro e Subúrbio II), os educadores listaram as transformações promovidas pela chegada dos cadernos nas escolas e também os desafios envolvidos neste processo.

Para a vice-diretora Gilmara Freitas, que participou do encontro na regional do Subúrbio II, realizada no Parque São Bartolomeu, o material produzido pela rede possibilitou que os professores não fiquem mais “presos” aos livros didáticos e invistam em orientações e intervenções didáticas bem direcionadas. A diretora Rosemary Souza concordou com ela. “O professor tem que planejar suas aulas. Não é só chegar na sala de aula e ‘passar folha’ do PNLD [Programa Nacional do Livro Didático]. Criou-se uma cultura de pesquisa”.

“Obra aberta”

Alguns pontos-fortes destacados pelo grupo do Subúrbio II foram a interdisciplinaridade dos cadernos, a possibilidade de que os alunos conheçam a cidade por meio do material e também a ênfase na produção dos estudantes. “Eles estão participando mais das aulas e se sentindo mais valorizados”, disse Sheila Azevedo, coordenadora pedagógica da EM Cidade de Itabuna, em Rio Sena.

Já Nívea Tupinambá, que também é coordenadora pedagógica na EM André Rebouças, destacou a riqueza do processo de produção coletiva e as trocas entre os educadores. “Nestes encontros, a gente sabe que não está caminhando sozinho”. Para ela, os cadernos são como uma “obra aberta”. “Nenhum material vai dar conta de tudo que precisa ser ensinado, isso é fato, mas os cadernos trazem uma mudança na forma de ver os conteúdos e focam na progressão da aprendizagem. As sequências didáticas são cíclicas, não se esgotam, e indicam um olhar generoso para as crianças, que são acolhidas seja qual for sua situação de aprendizagem em que estejam. É possível revisitar os conhecimentos sempre que for necessário”.

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Professores concluem cadernos do quarto bimestre

Encontro na regional de Cajazeiras
Encontro na regional de Cajazeiras

O penúltimo encontro do semestre dos Grupos de Trabalho Regionais (GTRs) aconteceu num misto de orgulho pelo trabalho realizado até aqui e compromisso com a conclusão dos cadernos pedagógicos do projeto Nossa Rede. As reuniões foram realizadas entre os dias 16 e 20 de maio de 2016 em todas as dez regionais de ensino de Salvador (Itapuã, Cabula, Subúrbio I, Cajazeiras, Cidade Baixa e Liberdade, Pirajá, Orla, São Caetano, Centro e Subúrbio II).

Os encontros foram direcionadas à análise das sequências didáticas dos materiais do quarto bimestre do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental I. Vale lembrar que os cadernos da segunda unidade já começaram a chegar às escolas. Eles trazem atividades para garantir a construção do sistema alfabético de escrita pelos estudantes, para aprimorar os resultados obtidos por meio dos diagnósticos de leitura e escrita da rede.

Na regional de São Caetano, a professora Ilma Cristina Costa, da Escola Municipal Assistencial Nossa Senhora de Guadalupe, do Alto do Peru, falou sobre como o Nossa Rede está estimulando a autoestima dos educadores. “Nós ouvimos muito que os professores da rede pública não fazem um trabalho de qualidade, mas precisamos reformular esse pensar. Somos competentes. Quando fechamos a portinha da sala de aula, a responsabilidade da educação é nossa”.

Numa das sequências de matemática do caderno do 5º ano, a que trata da adição e subtração de frações, a vice-gestora Isis Ceuta, da Escola Municipal Austricliano de Carvalho, na Fazenda Grande do Retiro, sugeriu a inclusão de um jogo de cartas, para que os alunos encontrem nas mãos dos colegas pares de frações equivalentes.

Professores analisam sequências didáticas no GTR de São Caetano
Professores analisam sequências didáticas no GTR de São Caetano

Já para o caderno de Língua Portuguesa, na sequência que explora os romances de cavalaria, Isis sugeriu que fossem incluídas indicações de vídeos, filmes e jogos para ambientar os estudantes na Idade Média, já que este não é um conteúdo do Ensino Fundamental I. “Também é importante que o professor veja esse momento como uma oportunidade de fazer paralelos entre a era medieval e os dias atuais”, disse. Nesta atividade, os estudantes irão escrever o capítulo final da clássica história do Rei Arthur, e a ideia é que a produção seja “lançada” com um dia de autógrafos reunindo professores, estudantes e a comunidade.

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Com direito a poesia, professores compartilham experiências dos cadernos

 

Os educadores voltaram as atenções para a progressão de aprendizagens
Os educadores voltaram as atenções para a progressão de aprendizagens

“Os cadernos do Nossa Rede estão possibilitando reencantar o aprender”. A frase foi dita pela professora Rita Nunes, da Escola Municipal Beatriz de Farias, na Boca da Mata, durante um dos encontros dos Grupos de Trabalho Regionais do projeto Nossa Rede, que aconteceram entre os dias 11 e 15 de abril de 2016.

Rita participou da reunião da regional de Cajazeiras. No começo do encontro, os educadores falaram sobre como está sendo a experiência com os cadernos pedagógicos do Nossa Rede nas suas salas de aula. A professora se voluntariou para relatar sua prática e as vivências com os alunos nas turmas de 5o ano. “Eles estão se soltando mais, está sendo ótimo. Em Matemática, estão desenvolvendo suas próprias estratégias e em Língua Portuguesa, no trabalho com os verbetes, nós construímos uma enciclopédia canina que foi a sensação! Todos estão encantados”.

Outra professora, Hozana Carmo, da Escola Municipal Nossa Senhora Aparecida, em Valéria, contou maravilhada que seus estudantes do 3o ano estão construindo um “Bichionário” a partir da pesquisa com os animais. “A atividade está interessando até aos alunos que ainda não sabem ler. Eles ficam angustiados querendo participar, e aí todos vão evoluindo”.

Em matemática, Hozana contou que no começo ficou apreensiva, imaginando que o trabalho com as sequências didáticas dos cadernos “não ia dar certo”. “Pensei que eles não fossem conseguir acompanhar os jogos, mas eles adoraram e no tempo livre, ficaram brincando sozinhos. É uma proposta nova, que exige uma reflexão sobre a prática. Aprendemos matemática de forma mecânica, mas o Nossa Rede mostra que a matemática pode ser reflexiva”.

Depois dos depoimentos, a primeira etapa da reunião em Cajazeiras foi encerrada da melhor maneira possível, com um poema. A coordenadora pedagógica Lívia Pereira escreveu uma poesia para receber os educadores:

Todo dia é dia
De soltar a imaginação
E encontrar um motivo
Que lhe dê inspiração

Escolha o seu tema
Escreva um poema
Se arrisque, se envolva

O que temos para hoje?
Mais um GT do ICEP
Com sua glamourosa equipe:
Débora, Ivô, Thaís e Bete!

Expectativas de aprendizagem
Novos rumos, novas cores
Novos desafios lançados
Aos gestores, coordenadores e professores

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Educadores concluem cadernos do terceiro bimestre

Educadores participam do GTR no Centro
Educadores participam do GTR no Centro

Entre agosto de 2015 e março de 2016, os educadores de Salvador reuniram-se 120 vezes nos Grupos de Trabalho Regionais (GTRs) para elaborar coletivamente os cadernos pedagógicos para estudantes do 1o ao 5o ano da rede municipal.  O número representa  a soma dos encontros realizados nas dez regionais da cidade (Itapuã, Cabula, Subúrbio I, Cajazeiras, Cidade Baixa e Liberdade, Pirajá, Orla, São Caetano, Centro e Subúrbio II), em dois turnos de atividades intensas.

As reuniões de março aconteceram entre os dias 14 e 18 e foram dedicadas à finalizar a produção das sequências didáticas dos materiais do terceiro bimestre. Para que os cadernos cheguem em tempo hábil às mãos dos alunos, a Secretaria Municipal de Educação (SMED) e a equipe do Instituto Chapada de Educação e Pesquisa (ICEP), parceiro técnico do projeto Nossa Rede, tomaram a decisão de manter os encontros mesmo com a greve dos professores da rede municipal. “Respeitamos muito o movimento de luta da categoria, mas também temos que manter este movimento de reconstrução pedagógica da rede. Não podemos perder o foco principal deste trabalho, que é a criança”, afirmou Cybele Amado, diretora-presidente do ICEP.

Apesar de contar com um número menor de educadores, os encontros dos GTRs foram bastante produtivos. Professores, coordenadores pedagógicos, diretores escolares e técnicos da SMED voltaram a se reunir em dois grupos, um para analisar as sequências didáticas de matemática e outro, as atividades de Língua Portuguesa. Uma das sequências de matemática para os estudantes do  5º ano mostrava o uso de triângulos na construção de casas e igrejas de Salvador, reforçando uma das principais marcas do material, a de levar para a sala de aula a identidade cultural da cidade.  A partir da associação com o dia a dia das crianças, a aprendizagem se torna mais significativa.

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Sequências dos cadernos trazem temas atuais, como Zika e Whatsapp

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Educadores analisam cadernos na regional Subúrbio II. Foto: Elisabete Monteiro / Icep

Na penúltima semana de fevereiro, os educadores da rede municipal de ensino de Salvador se reuniram para comemorar e trabalhar. Os encontros dos Grupos de Trabalho Regionais (GTRs), formados por gestores, coordenadores pedagógicos e professores das dez regionais da cidade, foram marcados pela alegria com a chegada dos primeiros cadernos pedagógicos de Língua Portuguesa e Matemática às escolas e com o compromisso de continuar juntos para elaborar coletivamente os materiais para o terceiro e quarto bimestres.

A pedido dos educadores, a dinâmica das reuniões dos GTRs mudou. Eles passaram a analisar as sequências didáticas logo no comecinho dos encontros. Nas regionais de Itapuã, Cabula, Subúrbio I, Cajazeiras, Cidade Baixa e Liberdade, Pirajá, Orla, São Caetano, Centro e Subúrbio II, os educadores voltaram a se dividir em dois grandes grupos, de Língua Portuguesa e Matemática, para se debruçar sobre as atividades dos materiais da terceira unidade para alunos do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental I.

Nos cadernos de Língua Portuguesa do 4º e do 5º ano, por exemplo, os estudantes vão trabalhar com textos jornalísticos. O objetivo da sequência é formar leitores críticos. Os educadores escolheram entre reportagens atuais, como as que tratavam do Zika vírus e do incêndio na Chapada Diamantina, para selecionar quais iriam para cada ano.

A coordenadora pedagógica Marta Aquino, da Escola Raymundo Lemos Santana, acompanhou os trabalhos na regional de Itapuã. “A parte de leitura e produção está ótima, mas sinto falta de os conteúdos de análise e reflexão da língua estarem melhor especificados”, disse. A sugestão será incorporada ao material, que trará sequências de análise linguística a serem trabalhadas em sala de aula. Ao lado do seu grupo, Marta também sugeriu que outras notícias fossem incluídas nas sequências, para tratar de temas como diversidade, bullying e uso racional da água.

Presente ao encontro da regional de Itapuã, Cybele Amado, diretora-presidente do Instituto Chapada de Educação e Pesquisa (ICEP), parceira técnica do projeto Nossa Rede, ressaltou que um dos avanços didáticos dos cadernos pedagógicos de Língua Portuguesa é que eles propõem que conteúdos gramaticais sejam analisados dentro do contexto dos textos apresentados aos estudantes, e não de maneira isolada.

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Cadernos do segundo bimestre ganham vida

Encontro na regional da Cidade Baixa e Liberdade. Foto: Manuela Cavadas
Encontro na regional da Cidade Baixa e Liberdade. Foto: Manuela Cavadas

Os cadernos pedagógicos de Língua Portuguesa e Matemática ainda nem chegaram às escolas, mas já estão ajudando na aprendizagem dos alunos da rede municipal de Salvador. Alguns educadores estão utilizando as sequências didáticas do material, disponíveis na plataforma virtual do Nossa Rede, para realizar atividades nas salas de aula. Foi o caso da professora Gracia Diniz, que levou para os estudantes do quinto ano da Escola Municipal Nova Sussuarana um texto sobre o baobá presente num dos cadernos de Língua Portuguesa do primeiro bimestre.

Gracia contou esta experiência durante a reunião do Grupo de Trabalho Regional do Cabula, que aconteceu no dia 16 de novembro de 2015. Depois de trocarem relatos sobre a apropriação dos cadernos pedagógicos pelos professores da rede, e de receberem cartazes e folders do Nossa Rede para espalhar o projeto pelas escolas, os educadores passaram a construir os materiais da segunda unidade para os estudantes do 1o ao 5o ano do Ensino Fundamental.

Os primeiros cadernos, como você já leu aqui no boletim, estão prontos e já contam, inclusive, com os pareceres externos das educadoras Telma Weisz (para o material de Língua Portuguesa) e Patricia Sadovsky (Matemática). Eles devem chegar às mãos dos professores e estudantes no começo do ano letivo de 2016.

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Educadores concluem cadernos do primeiro bimestre

GTR do Cabula. Foto: Tatiana Mendonça
GTR do Cabula. Foto: Tatiana Mendonça

Que tal solucionar problemas de adição e subtração analisando os números do público do Teatro Castro Alves? Ou então aprender a pesquisar e descobrir o que é um verbete a partir de um texto sobre dendê e outro sobre a África contemporânea? Essas atividades vão estar presentes nos cadernos de Matemática do 4o ano e no de Língua Portuguesa do 5a ano, respectivamente, e foram analisados pelos educadores de Salvador durante o terceiro encontro dos Grupos de Trabalho Regionais, que aconteceram em dez bairros da cidade entre os dias 19 e 23/10/2015.

Os materiais do primeiro bimestre já estão quase prontos. Eles serão entregues para cerca de 80 mil estudantes e 7 mil professores no início do ano letivo de 2016.

Cerca de 600 educadores participaram dos encontros em Itapuã, Cabula, Subúrbio I, Cajazeiras, Cidade Baixa e Liberdade, Pirajá, Orla, São Caetano, Centro e Subúrbio II. Os materiais analisados nas GTRs já traziam as contribuições indicadas pelos professores nas reuniões anteriores e também na plataforma virtual do Nossa Rede.

Para o 3o ano, por exemplo, a sugestão acatada foi que os cadernos começassem com atividades que garantissem inicialmente a aprendizagem de numerais de 0 a 100, e não de 0 a 1000. Em Língua Portuguesa, a indicação foi substituir textos que falavam sobre os xavantes para os meninos do 4o ano por outros que trouxessem informações sobre os pataxós, originários da Bahia.
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